Palestra "Aspectos atuais no diagnóstico e tratamento da Vulvodinia", proferida pela Profa. Dra. Adriana B. Campaner. A palestra na íntegra pode ser conferida neste link.
Confira o resumo cobre os principais pontos abordados:
Essa síntese resume os pontos principais da discussão sobre vulvodinia apresentada na reunião clínica.
Apresentação da Professora Adriana Bittencourt:
Professora adjunta da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Mestre e doutora pela mesma instituição.
Chefe do setor de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia.
Tema da Apresentação:
Aspectos atuais no diagnóstico e tratamento da vulvodinia, uma condição caracterizada por dor vulvar persistente sem causa aparente.
Definição de Vulvodinia:
Dor crônica na região vulvar, com duração mínima de três meses.
Classificada como dor sem uma causa aparente identificável durante o exame físico.
Características da Pele Vulvar:
A pele vulvar é altamente especializada, com maior permeabilidade à água e sensibilidade à dor.
Tem uma maior capacidade de absorção de medicamentos em comparação com outras partes do corpo.
Classificação da Vulvodinia:
Vulvodinia localizada (vestibulodinia é a forma mais comum).
Pode ser provocada (por atividade sexual, toque, etc.) ou espontânea.
Classificação atual estabelecida em 2015 e revisada em 2019.
Diagnóstico da Vulvodinia:
Diagnóstico de exclusão, com a necessidade de afastar causas como infecções, condições dermatológicas e neurológicas.
A anamnese é crucial, com foco em identificar a ausência de causas orgânicas aparentes.
Teorias e Fatores Etiológicos:
A vulvodinia pode estar associada a fatores psicossociais, distúrbios inflamatórios e neurológicos.
Uma teoria popular é a da hiperproliferação de nervos na região vulvar, resultando em uma maior sensibilidade e dor.
Tratamento da Vulvodinia:
O tratamento é multifacetado e inclui:
Higiene adequada e uso de sabonetes líquidos.
Dieta pobre em oxalato.
Lubrificantes durante a relação sexual.
Anestésicos tópicos como lidocaína.
Terapia hormonal tópica para mulheres na pós-menopausa.
Fisioterapia pélvica e técnicas de relaxamento.
Medicações tópicas como amitriptilina e gabapentina.
Casos severos podem ser tratados com medicações orais, como antidepressivos e anticonvulsivantes.
Desafios no Tratamento:
O tratamento é de longo prazo, podendo levar meses ou anos para apresentar resultados.
Abordagem multidisciplinar com fisioterapia, psicoterapia e, em casos raros, cirurgia (ressecção do vestíbulo).
Considerações Finais:
A vulvodinia é uma condição complexa e ainda subdiagnosticada.
O diagnóstico e tratamento devem ser individualizados, com ênfase no suporte psicológico e multidisciplinar.
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