Tema Avaliação dos fatores de crescimento insulinóides IGF-1 e IGFBP-3 em mulheres com alto risco para câncer de mama INTRODUÇÃO: A crescente incidência de câncer de mama, que cada vez mais acomete mulheres jovens, tem despertado muito interesse no diagnóstico precoce e na busca do tratamento mais eficaz e minimamente agressivo. Da mesma forma, vem aumentando a parcela da população com alto risco para câncer de mama, para a qual as atenções têm se voltado no sentido de se encontrar um caminho que permita prevenir o surgimento da neoplasia. Inspirados por Peyrat, que primeiro associou o câncer de mama com a presença de fator de crescimento insulina like tipo 1 (IGF-1), vários autores se lançaram nesta procura e, apesar de controversa, a literatura internacional tende a mostrar uma relação direta entre IGF-1 e câncer de mama na pré-menopausa. A proteína carreadora de IGF do tipo 3, ou IGFBP-3, também foi adicionada ao rol de sustâncias com possibilidade de promover câncer, porém, não tem demonstrado clara regularidade em seu mecanismo de ação. Tendo como alvo a população com alto risco para câncer de mama, quer histopatológico, quer familiar, e direcionada pelos cálculos matemáticos de Gail e Tyrer-Cuzick, essa tese objetivou avaliar a relação entre IGF-1 e IGFBP-3 em mulheres brasileiras atendidas pelo Setor de Mastologia da Disciplina de Ginecologia do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. MÉTODOS: estudo transversal em que foram comparados os níveis séricos de IGF-1 e IGFBP-3, dosados pelo método imunométrico quimioluminescente, em 3 diferentes grupos: mulheres com câncer de mama não tratado (n= 51), mulheres com risco populacional (n= 66) e mulheres com alto risco para câncer de mama (n= 108). Foram considerados fatores de comparação: idade, estado menopausal e índice de massa corpórea. RESULTADOS: 1) não houve diferenças entre os grupos com respeito ao IMC; 2) foi estatisticamente significativa a diferença das médias de idades dos grupos, sendo as mulheres com alto risco para câncer de mama mais jovens (p<0,001); 3) quanto ao estado menopausal, houve significativa diferença entre os grupos, com predomínio de mulheres pós-menopausa no grupo de pacientes com câncer de mama (58,8%), com p <0,001; 4) não foi encontrada relação estatisticamente significante entre percentual de IGF-1 em relação à mediana, percentual de IGFBP-3 em relação à mediana e razão dos percentuais de IGF-1 e IGFPB-3 em relação à mediana para os 3 grupos estudados;4) não houve variações nas dosagens de acordo com o tipo de situação determinante do alto risco para câncer de mama (familiar ou histopatológico); 5) não houve alteração estatisticamente significativa das variáveis estudadas, mesmo após subdivisão do grupo de alto risco (risco vitalício entre 20 e 29% X risco vitalício superior a 29%). CONCLUSÃO: Não foi observada variação dos níveis séricos de IGF-I e IGFBP-3 em mulheres com câncer de mama, com alto risco para câncer de mama ou com risco populacional
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