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COMPORTAMENTO SEXUAL DE MULHERES COM SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS


Pós-graduanda: Jucilene Sales da Paixão Orientadora: Profa. Dra. Angela Maggio da Fonseca Data da defesa: 08 de maio de 2007

A sexualidade envolve processo complexo com determinantes biológicos psicológicos e interpessoais. Comprometimento em qualquer uma destas dimensões pode interferir na sexualidade, causando impacto na qualidade de vida. Foram estudadas prospectivamente 48 mulheres portadoras de síndrome dos ovários policísticos matriculadas no Ambulatório de Ginecologia Endócrina e Climatério da Clínica Ginecológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Os objetivos do estudo foram: avaliar a auto-estima e auto-imagem corporal: o comportamento sexual entre parâmetros clínicos da síndrome (obesidade, hirsutismo, irregularidade menstrual) com o comportamento sexual; e, a influência da terapêutica hormonal no ciclo da resposta sexual. O instrumento de avaliação utilizado foi o questionário sexual HC - extenso questionário que avaliou, no tempo 0, dados demográficos; antecedentes pessoais; antecedentes gineco-obstétricos; hábitos e estilo de vida; imagem corporal; auto-estima; antecedentes sexuais e atividade sexual atual com ênfase na satisfação sexual, existência ou não de parceiro, fases do ciclo de resposta sexual (desejo, excitação, orgasmo e resolução), freqüência sexual, prática de masturbação, avaliação da presença de práticas menos habituais, do grau de intimidade e qualidade de comunicação no envolvimento do parceiro. A influência da terapêutica hormonal no ciclo da resposta sexual foi avaliada em 30 das 48 paciente, divididas em três grupos: Grupo A (n=10), medicadas com acetato de medroxiprogesterona, na dose de 5mg/dia/10 dias do mês; grupo B (n=10), medicadas com 35ug de etinilestradiol + 2mg de acetato de ciproterona, na dose de 1cp/dia/21 dias do mês e Grupo C (n=10), medicadas com 2mg de valerato de estradiol - 11 drágeas, 2mg de valerato de estradiol + 1mg de acetato de ciproterona - 10 drágeas, na dose de 1dg/dia/21 dias do mês. Para esta avaliação foram utilizadas as freqüências sexual, de desejo, de excitação e orgástica nos tempo 0, 6 e 12 meses. A metodologia estatística utilizou freqüências absolutas e relativas para análise descritiva das variáveis, qui-quadrado de homogeneidade, teste exato de Fisher e o teste de McNemar. O nível de significância foi de 5%. Os resultados permitiram concluir que a auto-estima não sofreu interferência das manifestações clínicas da síndrome. A auto-imagem foi prejudicada e xerceu impacto negativo sobre o desejo sexual. A iniciação sexual, as formas de expressão da sexualidade, a intimidade comunicativa com o parceiro e a satisfação sexual não foram influenciadas pela síndrome. Houve maior freqüência masturbatória nas pacientes amenorréicas. A terapêutica hormonal não demonstrou influência no ciclo da resposta sexual.

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