A recente reportagem no Fantástico da Rede Globo, que foi ao ar no dia 29 de setembro, trouxe à tona um avanço inovador na medicina reprodutiva: o transplante de útero. Com a participação do Professor Dr. Edmund Chada Baracat e Doutor Dani Ejzenberg, especialistas do Hospital das Clínicas de São Paulo, o programa apresentou ao público o impacto deste procedimento na vida de mulheres que antes não tinham a possibilidade de engravidar. Agora, em uma apresentação detalhada, o Dr. Dani Ejzenberg aprofunda os aspectos clínicos, técnicos e desafios enfrentados no desenvolvimento dessa prática revolucionária, demonstrando a importância do pioneirismo e da pesquisa em colaboração internacional.
Clique aqui para assistir ao vídeo da reportagem do Fantástico (de 29 de setembro de 2024).
Resumo em tópicos da apresentação:
Clique aqui para assistir à palestra (realizada no dia 02 de outubro de 2024).
Histórico do transplante uterino:
Procedimento começou a ser desenvolvido nos anos 60 em modelos animais (cachorros, ratos, ovelhas, etc.).
Primeira tentativa humana documentada ocorreu em 2000, na Arábia Saudita.
Grupo sueco liderado pelo Dr. Mats Brännström foi pioneiro em alcançar nascimentos bem-sucedidos, com oito nascimentos em uma série de nove casos.
Importância do transplante uterino:
Oferece uma nova alternativa a mulheres com malformações uterinas, histerectomias ou complicações reprodutivas devido a tumores.
Solução inovadora além das opções tradicionais, como adoção e útero de substituição, sendo particularmente relevante em países com restrições legais a essas práticas.
Casos e avanços no Brasil:
O Hospital das Clínicas de São Paulo realizou o primeiro transplante de útero com doadora falecida na América Latina em 2018.
Detalhamento do caso de sucesso, onde a paciente engravidou seis meses após o transplante, resultando no nascimento de um bebê saudável.
Procedimento trouxe reconhecimento internacional e consolidou o HC como referência na área.
Desafios técnicos e médicos:
Avaliação criteriosa da doadora e receptora, incluindo compatibilidade dos vasos sanguíneos.
Preparação dos embriões, técnica cirúrgica para remoção e implantação do útero, e controle da rejeição através de imunossupressão.
Primeiros experimentos mostraram complicações, como rejeição e necessidade de remoção do útero, mas avanços técnicos têm melhorado os resultados.
Perspectivas futuras:
Exploração de técnicas minimamente invasivas, como retirada de útero por laparoscopia e robótica, especialmente em doadoras vivas.
Potencial da bioengenharia e desenvolvimento de úteros artificiais como próximo grande passo.
Desafios éticos e logísticos relacionados à ampliação do acesso ao transplante uterino, com implicações no financiamento e regulamentação do procedimento.
Essa apresentação destaca o compromisso da equipe do Hospital das Clínicas em liderar a inovação médica e oferecer esperança às mulheres que desejam realizar o sonho da maternidade.
Comments