Sangramento uterino anormal estrutural agudo. Diagnóstico e tratamento.
- Disciplina de Ginecologia da FMUSP
- há 1 dia
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Resumo em tópicos
O sangramento uterino anormal (SUA) é caracterizado por ciclos menstruais irregulares, prolongados, frequentes ou com sangramento uterino abundante fora da gestação.
O diagnóstico do SUA exige obrigatoriamente a exclusão de gravidez e baseia-se na anamnese clínica, exame ginecológico e ultrassonografia transvaginal.
A classificação PALM-COEIN permite identificar as causas do sangramento uterino anormal: mioma uterino, pólipo endometrial, adenomiose, hiperplasia endometrial, anovulação, coagulopatias e uso de medicações hormonais ou anticoagulantes.
Miomas e adenomiose são causas estruturais frequentes de sangramento uterino volumoso, especialmente em mulheres negras e obesas.
O tratamento clínico inclui o uso de anticoncepcionais hormonais combinados, progestágenos contínuos, ácido tranexâmico e o dispositivo intrauterino com levonorgestrel (DIU Mirena).
O DIU Mirena é altamente eficaz para reduzir sangramento menstrual intenso e prevenir a necessidade de cirurgia, inclusive em casos de adenomiose.
Em pacientes que não respondem ao tratamento clínico ou em situações de emergência, a embolização das artérias uterinas é uma alternativa minimamente invasiva à histerectomia.
A embolização uterina apresenta boa resposta em casos de mioma, adenomiose e sangramentos tumorais, sendo indicada inclusive em hemorragia ginecológica aguda.
O manejo da anemia ferropriva associada ao SUA deve incluir a reposição de ferro, preferencialmente por via intravenosa em casos moderados a graves.
A histeroscopia cirúrgica é indicada para remoção de pólipos ou miomas submucosos e pode ser curativa.
A histerectomia continua sendo a abordagem definitiva para pacientes com sangramento refratário e sem desejo reprodutivo.
O sangramento uterino anormal afeta diretamente a qualidade de vida, o desempenho social e profissional, e pode levar à necessidade de transfusões frequentes se não tratado adequadamente.
A pobreza menstrual impacta principalmente mulheres com sangramento intenso, sendo necessária a integração de políticas públicas para acesso a insumos e tratamento precoce.
Estratégias como o bloqueio hormonal com análogos de GnRH antes da cirurgia e a prescrição precoce de anticoncepcionais contínuos na atenção básica podem reduzir hospitalizações e transfusões.
A abordagem ideal do SUA exige diagnóstico precoce, acesso a métodos terapêuticos modernos e conscientização dos profissionais da atenção primária para iniciar o manejo sem atraso.
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